Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Cumulonimbus-informaticos - Como a cibercultura reconfigura a vida societal
Alexandre Quaresma.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Cumulonimbus-informaticos Por Alexandre Quaresma. Há, pairando sobre nossas cabeças, gigantescas nuvens informacionais, ameaçando-nos com seus raios, trovões e ventanias. As tormentas já iniciam suas precipitações e começam a cair sobre nós. Nós somos o seu elemento. A faísca que produz o ribombar do trovão e a própria tempestade Que diabos estamos fazendo com nossos sistemas cibernético-informacionais? Acaso paramos de pensar autonomamente com nossas próprias cabeças? Quiçá cessamos de procurar e manter o conhecimento por nós mesmos, intuitivamente, sensivelmente, abdutivamente, humanamente – como sempre fizemos, indagamos –, de buscar o sentido, o significado, a importância e a razão seminal de tudo que há a nossa volta? Daquilo que foi concebido, refletido e significado axiologicamente através dos tempos imemoriais, entregando tudo isso ‘de bandeja’ – o melhor de nós e de nossa civilização – às máquinas e aos sistemas informacionais que nós mesmos construímos e usamos? Seria isso – resumidamente – o que está a ocorrer conosco nesses dias velozes e acríticos que vivemos na atualidade? Você que me lê, por exemplo, nesse exato momento, não tem mais sequer que pensar, raciocinar, localizar-se, articular-se por si, com livre arbítrio e autonomia, pois há – certamente – um aplicativo muito prático e conveniente fazendo isso por você e muito mais, o tempo todo. Substituindo-nos acintosamente, explicitamente, trivialmente, das tarefas mais banais até às mais complexas, delicadas e especializadas. E nós ainda nos tranquilizamos em saber que, se ocorrer algo de fato importante no nosso planeta e até fora dele, seremos informados de imediato. O sistema faz isso quase que automaticamente. Do mesmo modo que não é mais necessário também guardar, anotar ou memorizar nomes e sobrenomes do dia a dia das relações societais, ou ainda direções e caminhos a serem trilhados nas urbes ou fora delas. O mesmo acontece com os dados e imagens, pois certamente seu telefone ou tablet pretensamente inteligente faz isso e muito mais por você. Uma delícia – convenhamos – e uma tragédia também. Sim, pois na cibercultura, a verdade, a notícia, o valor, a relevância – e, no extremo, o significado – são ditados pelo sistema e seus incontáveis aparatos. Nesse contexto, nosso artigo se ocupará das mudanças societais que a cibercultura nos impõe, focando a atenção crítica nas mudanças de hábitos que essa nova época nos traz. Continua... Alexandre Quaresma é escritor ensaísta autodidata, com formação em Filosofia, pesquisador de tecnologias e consequências antropológicas e socioambientais, com especial interesse na crítica da tecnologia. Colunista de Cibercultura da Revista Sociologia Ciência e Vida, de circulação nacional no Brasil, há cinco anos. Atualmente pesquisa a controversa relação entre as Inteligências Artificiais e as Sociedades Contemporâneas. Autor dos livros Humano-Pós-Humano – Bioética, conflitos e dilemas da Pós-modernidade; Engenharia genética e suas implicações (org.); Nanotecnologias: Zênite ou Nadir?
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.