Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Descolonialidade e Bem Viver Quilombola: resistências e re-significações identitárias em manifestações culturais negras no extremo sul do Brasil
Tiago Larrosa Freitas y Marcus Vinícius Spolle.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A partir da colonização do continente americano e da constituição de um novo padrão de poder mundial, as diferenciações entre os povos a partir da ideia de raça serviram para imprimir uma situação de servidão aos povos originários da América e, logo em seguida, uma situação de escravização aos povos originários da África. Ao longo dos últimos séculos, a resistência dos povos africanos escravizados e seus descendentes formaram no Brasil as chamadas comunidades remanescentes de quilombos. Como consequência de pressões populares, as comunidades remanescentes destes quilombos conquistaram, a partir da Constituição Federal de 1988, o direito de obter o registro oficial da propriedade coletiva do território onde desenvolvem seus saberes e atividades. Porém, apenas a garantia material da propriedade da terra não vem sendo suficiente para que estas populações convivam em harmonia com seus modos de bem viver. Sendo assim, esta pesquisa analisou de que maneira e em quais circunstâncias a identificação enquanto comunidade quilombola vem sendo acionada por essas famílias negras rurais para a manutenção em seu território, possibilitando e facilitando o acesso às situações de bem viver quilombola. Os resultados apontam que o agenciamento da identificação enquanto quilombolas vêm sendo fundamental na manutenção e efetivação de direitos adquiridos e na conquista de situações de Bem Viver destas famílias. Além disso, para que exista este bem viver é necessário que se contemplem as demandas quilombolas por infra-estrutura material, por fortalecimento da cultura local quilombola e ainda as demandas que envolvem a relação com os não-quilombolas. Foi percebido que a construção da identidade quilombola se dá a partir das relações já existentes entre a antiga identidade de agricultores negros, que carregava como característica a discriminação e preconceito, e as novas re-significações identitárias, que fazem com que a comunidade transforme em auto-estima e em ações afirmativas a sua condição de quilombolas. Foram realizadas entrevistas abertas e semi-estruturadas, observações participantes e utilizado o método biográfico e de História de Vida de Jacques Léon Marre. Para compreender as singularidades destes modos de vida quilombola são trabalhados os conceitos de Bem Viver e da Colonialidade do Poder, utilizados por Aníbal Quijano. Além destes, também os conceitos propostos por Stuart Hall e Homi Bhabha sobre as re-significações identitárias, as traduções culturais e difference. Ainda, os estudos de Florestan Fernandes e de Antônio Sérgio Guimarães contribuíram para pensar as diferenças e os conflitos de raça e classe no Brasil. Estes conceitos são pensados na perspectiva de compreender os modos de vida destas comunidades, incluindo suas manifestações culturais, como processos de resistências históricas e sociais.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.