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Espaço em movimento: a construção da paisagem do medo
Ana Clara Citelli Ana Clara y Rafael Alves Orsi Rafael A.Orsi.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A produção do espaço urbano hodierno, notoriamente, é carregada de intencionalidades funcionais que impactam diretamente nas formas como a sociedade compreende e se relaciona com as cidades. Claramente produzido como lugar de passagem e, em primeiro plano, funcional a produção econômica, a fluidez e a velocidade tomam lugar da permanência, vivências e sociabilidades mais profundas nestes espaços. A rua, como espaço de relações sociais e comunicação entre os indivíduos, submete-se, nesta lógica, às relações mercadológicas indiferentes a vivências cotidianas distantes de circuitos comerciais. Se por um lado há grandes interesses na produção de espaços que atendam a estas demandas econômicas, voltando-se investimentos e atenção do poder público para estas áreas, por outro lado, há espaços na cidade relegados a ostracismos também problemáticos no sentido de sua própria produção, já que há um vácuo de ações concretas nestes lugares. Tanto em um quanto em outro, criam-se paisagens distintas, muitas das quais carregadas de estigmas que cristalizam a sensação de insegurança e medos generalizados na cidade. Tal fenômeno traz implicações brutais para as cidades, que se retroalimentam, seja no esvaziamento das ruas ou no exponencial avanço das construções de condomínios fechados. Obviamente, uma das dimensões desta discussão está nas limitações do planejamento tecnocrático, muitas vezes revestidos de participativo, mas também nas clivagens que tal planejamento assume. O planejamento ortodoxo, extremamente pragmático e instrumental, no afã da funcionalidade, pode, de fato, tornar a vida disfuncional nas cidades. Objetiva, portanto, com este trabalho discutir os resultados de um planejamento urbano tecnocrático sobre a paisagem da cidade, na qual se cria espaços segregados e do medo – ainda que possa ser funcional para a sua reprodução econômica. Com tais reflexões, buscou-se traçar ainda paralelos com políticas de segurança pública em escala local. Para tanto, ancorados em uma bibliografia de referência, selecionou-se uma região próxima à penitenciária “Dr. Sebastião Martins Silveira” na cidade de Araraquara – São Paulo (Brasil), onde, através de explorações de campo e registros fotográficos, pode-se extrair impressões iniciais de como uma instalação prisional se reflete na rotina da cidade; é certo que as muralhas deste espaço impactam não somente a visão dos citadinos, mas também – e principalmente – o cotidiano. Por isso, através de contextualização histórica e parte da pesquisa de campo, pretende-se demonstrar como decisões públicas a respeito de escolhas do planejamento de cidades e construções a serem instaladas em um espaço urbano impactam diretamente as relações sociais dos habitantes e a forma de ocupação das cidades.
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