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Representações de um tempo cor de plomo: histórias, memórias, narrativas e ficções sobre a ditadura na cinematografia brasileira
Rita Bredariolli.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Resumen
No Brasil, ainda sob os primeiros anos da ditadura militar, iniciou-se uma produção cinematográfica voltada aos eventos provocados pela instauração e manutenção desse regime, imposto por um golpe de estado em 1 de abril de 1964. Desde 1965, filmes foram produzidos sob essa temática, criando, por suas narrativas, representações desse acontecimento histórico, cuja duração, oficial, pode ser dimensionada em 20 anos, mas cujas consequências se perpetuam em nosso cotidiano, sustentada, justamente – e podemos dizer, contraditoriamente, pela quantidade de narrativas criadas sobre esse período de nossa história - pela ausência da memória e de sua elaboração. Propomos, por esse nosso texto, a discussão sobre história, memória, narrativas e as “ficções da representação factual”, a partir da contraposição de alguns dos filmes integrantes dessa produção cinematográfica sobre o período da ditadura militar brasileira. Para isso, escolhemos algumas das produções realizadas entre o final de 1960 e início de 1970 – anos de instauração e recrudescimento do regime militar brasileiro – do início dos anos de 1980 – momento da reabertura política e, portanto, do recente “pseudo-fim” de nossa ditadura – e por fim, filmes integrantes de uma produção contemporânea realizados entre o final dos anos de 1990 e 2012. A opção por produções realizadas nessas três marcações temporais se dá pela intenção de observar as diferenças de representações narrativas em relação à distância temporal do evento abordado. A recepção dessas produções cinematográficas e sua contribuição para a formação de uma memória coletiva também serão dimensionados nesse texto. Seguindo tais delimitações de trabalho, selecionamos dentre o conjunto dessa produção cinematográfica, filmes como “Terra em Transe”, “Pra frente Brasil”, “Ação entre Amigos”, “Cabra Cega”, “O ano em que meus pais saíram de férias”, “Corpo” e “Cara ou Coroa”, são alguns dos que serão usados nesse texto para constituir nossa análise sobre as representações do regime ditatorial brasileiro. Além desses, incluímos nesse texto o documentário “Cabra Marcado para Morrer” de Eduardo Coutinho, escolhido não somente por tratar de uma temática tangente ao regime militar, mas por ter sido ele próprio objeto da ação repressiva do estado ditatorial. Iniciadas em 1962, antes mesmo do golpe de instauração do regime, suas filmagens foram interrompidas pela repressão, em 1964, sendo retomadas nos anos iniciais de 1980, momento da “reabertura” política brasileira. Mas, nessa retomada não foi desconsiderada a própria história do documentário. Seu autor, Eduardo Coutinho, incorporou a interrupção sofrida em 1964, tornando-a parte do tema abordado por sua produção, recriando seu documentário pela contraposição de tempos e narrativas relacionadas a esses momentos distintos pelos quais passou seu filme. Contraposição essa dimensionada pela duração de 20 anos de sua produção, coincidentes com os 20 anos de duração da ditadura militar.
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