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A aquicultura familiar no Reservatório de Itaipu: entre saberes, práticas e subjetividades ativas (Oeste do Paraná, Brasil)
Robson Laverdi.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
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Resumen
A atividade pesqueira artesanal no Reservatório de Itaipu vem se constituindo, desde a sua formação nos anos 1980, como fonte de renda, integral ou parcial, para uma parcela significativa de trabalhadores, homens e mulheres, entre pescadores profissionais tracionais ou amadores, pequenos agricultores e assentados rurais no Oeste do Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Os números atuais indicam a existência de aproximadamente 700 pescadores vivendo integralmente dos recursos pesqueiros, tendo esse número já sido bem maior em outros momentos. Este número deve ser aumentado se levarmos em conta pescadores amadores, entre os quais aqueles que complementam a renda com atividades laborais urbanas ou rurais, sejam com empregos ou ocupações formais ou informais. É preciso sublinhar que a atividade pesqueira também se constituiu historicamente como um importante atributo de fixação territorial de parcelas dessa população, constantemente subordinadas à ameaça da migração, em razão do desemprego ou mesmo de carência de alternativas econômicas de sobrevivência material e social. A partir dos anos 2000, práticas de aquicultura (emprego de tanques-redes e tecnologias) tem sido estimuladas, financiadas e agenciadas pela Usina Hidrelétrica de Itaipu com a finalidade de melhorar as condições econômicas e sociais da população lindeira, por sua vez propondo novas formas de viver e trabalhar nesta realidade, forjando a reelaboração de saberes e práticas, por sua vez constituindo novos conflitos. O projeto de aquicultura em questão planeja instalar 500 tanques-rede no entorno lacustre que, para além do investimento de recursos humanos e de tecnologia, equipamentos e profusão de conhecimentos, implicará também num processo sociocultural de conflito de valores, apropriação e reelaboração de saberes e práticas, que poderá usufruir beneficamente ou não de conhecimentos traduzidos das experiências vividas por parte da população lindeira, sendo esta historicamente resultante de dramáticos processos de desapropriações e deslocamentos intra e inter-regionais e internacionais, especialmente em relação ao caso dos brasileiros emigrantes no Paraguai. Nesta senda, com o emprego da história oral, busca-se discutir como este processo constitui memórias e narrativas de saberes e práticas, que forjam subjetividades ativas de pertença numa realidade em transformação, expectativas e riscos. A complexidade que envolve a existência de um reservatório e as dinâmicas que desencadeia entre as populações residentes ou relacionadas necessita que a gestão das questões socioambientais se faça mediante uma compreensão histórica do território e de territorialidades. Tal concepção toma o horizonte das subjetividades inscritas via história oral, para ultrapassar o levantamento e sistematização de dados socioeconômicos, ambientais e geográficos. Estes dados são imprescindíveis, todavia parciais, pois precisam ser conjugados às outras dimensões da ambiência, vividas pelos sujeitos, pescadores e agricultores familiares, entre outros agentes.
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