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“A vergonha de 1777”: história e historiografia luso-brasileira da ocupação espanhola da Ilha de Santa Catarina
Augusto da Silva.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
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Resumen
Em princípios de março de 1777, o vice-rei, governador e capitão general das Províncias do Rio da Prata, D. Pedro de Ceballos, no comando de uma frota de aproximadamente uma centena de embarcações, desembarcava na Ilha de Santa Catarina, dando início a uma ocupação que perduraria por cerca de um ano e quatro meses. Essa ação fazia parte das pretensões da coroa espanhola de domínio sobre os territórios ao norte do Rio da Prata. Pretensão essa abalada no ano anterior face a reconquista da vila do Rio Grande de São Pedro pelos portugueses. A rendição da Ilha sem que a sua guarnição militar oferecesse a mínima resistência soou na América Portuguesa e também em Lisboa como uma terrível e humilhante derrota. A entrega de uma praça militar sem que o comandante apresentasse qualquer resistência, ainda que as forças do inimigo fossem consideravelmente superiores, era muito mais do que desonra, consistia, com efeito, em crime contra a monarquia, motivo pelo qual alguns militares preferiam desertar a serem submetidos ao tribunal do Conselho de Guerra. E, de fato, tanto o governador da Ilha quanto seu comandante militar foram condenados e presos. Autoridades superiores como o vice-rei do Brasil, o Marquês do Lavradio, e o ministro plenipotenciário Marquês de Pombal sofreram também com as acusações de fraquejarem ou até de contribuírem com “entrega da Ilha aos espanhóis”. A historiografia luso-brasileira pouco se debruçou sobre esse período de ocupação espanhola da Ilha de Santa Catarina e aqueles que trataram do assunto acabaram, de maneira geral, reproduzindo de maneira pouco crítica o discurso das autoridades portuguesas da época. Ou seja, cronistas, memorialistas e historiadores alimentaram no imaginário das gerações subsequentes não só a ideia da queda “vergonhosa” da Ilha em 1777, mas também que a “invasão” desestruturou completamente a organização política, social e econômica daquela unidade colonial. Em trabalho recente sobre o governo da Ilha de Santa Catarina (1738-1807), sugiro com base na análise de fontes, que essa desorganização total deve ser relativizada. Assim como houve soldados e povoadores que fugiram com a ocupação, houve também aqueles que ficaram, desenvolvendo suas habituais atividades. Nesta comunicação pretendo fazer um confronto crítico da historiografia luso-brasileira e algumas fontes documentais disponíveis sobre a ocupação espanhola da Ilha de Santa Catarina. Acrescento que esta pesquisa é parte de um projeto maior que deverá incluir na investigação a análise de documentos custodiados pelos arquivos espanhóis e argentinos.
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