Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
O conceito de think tank e suas possibilidades de aplicação para o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais: um estudo de caso brasileiro (1961-1971)
Moraes Thiago Aguiar de.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Resumen
O presente artigo tem como objetivo analisar as possibilidades de aplicação do conceito de think tank para o caso do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), entidade que atuou de 1961 a 1971 no Brasil e desempenhou um papel importante no processo de desestabilização do governo federal que culminou com o golpe de 1964, bem como contribuir para a discussão sobre os think tanks no país. A literatura sobre os think tanks, majoritariamente estadunidense, apresenta diversas possibilidades de conceituação dessas entidades. Podem ser consideradas organizações de pesquisa independentes que produzem conhecimento especializado sobre vários temas com o objetivo de influenciar políticas públicas. Em outras interpretações, são consideradas as relações diretas e indiretas dessas entidades com partidos políticos, governo, imprensa e empresas. Já a discussão sobre os think tanks no Brasil ainda é muito incipiente. Tanto o desenvolvimento conceitual como trabalhos empíricos que forneçam elementos para construções teóricas são escassos. Além disso, tais pesquisas enfocam instituições que estão ativas atualmente, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e os Institutos Liberais (IL). Ademais, possíveis think tanks do passado não recebem a mesma atenção. Quando algum já extinto é citado, o que geralmente é referenciado como importante nos anos 1950 e 1960 é o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), ignorando a importância do IPÊS nos anos 1960, principalmente se considerarmos a oposição ao governo federal, na presidência de João Goulart. O IPÊS foi uma entidade criada por civis e militares logo após a ascensão de João Goulart à presidência, com sólido financiamento privado, principalmente com capital estrangeiro, e que tinha como objetivo produzir estudos com propostas de soluções para problemas brasileiros. Sob o discurso da neutralidade técnica elaboraram as suas versões das Reformas de Base, diferentes das propostas pelo governo federal. Destaca-se que vários ipesianos ocuparam cargos públicos importantes no Estado pós-1964, inclusive no primeiro escalão do governo. Além disso, estudos do IPÊS serviram de base à elaboração de políticas públicas que seriam efetivamente implementadas, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a Lei de Democratização do Capital. Portanto, nesse artigo, pretende-se avaliar a pertinência e as possibilidades de se utilizar o conceito de think tank para o caso do IPÊS, através do cruzamento entre as diferentes acepções do conceito e a análise histórica da instituição. Além disso, o trabalho também tem como foco contribuir para a discussão sobre os think tanks no Brasil em perspectiva histórica.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.