Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Temporalidade no debate político luso-brasileiro: os usos do conceito político de povo (1750-1840)
Luisa Rauter Pereira.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
Resumen
A linguagem é revestida de historicidade, especialmente a linguagem política. Ela é uma expressão da consciência histórica das sociedades. Uma maneira de abordar essa questão é investigar a história dos conceitos políticos: abordar a diacronia das transformações na semântica dos conceitos fundamentais do vocabulário político para revelar as mudanças na forma como os homens constroem o tempo, a história, o passado e o futuro. Apresentarei uma investigação histórica sobre o conceito de povo no Brasil entre 1750 e 1840, no debate político luso-brasileiro através de uma documentação que inclui debates parlamentares, periódicos, textos doutrinários, e outros. Elegi para análise o fenômeno da temporalidade na semântica política e o processo de “historicização” que marcou a linguagem política entre os séculos XVIII e XIX no Brasil e no mundo ocidental como um todo. Na linha de autores como Reinhart koselleck, Marcel Gauchet, Pierre Rosanvallon, entre outros, definimos como historicização conceitual dois fenômenos correlacionados: primeiramente, a inserção dos conceitos em concepções processuais e universais do tempo o que lhes confere uma profundidade histórico temporal que antes não possuíam. Também definimos como historicização dos conceitos seu contingenciamento, isto é, o fato de seus significados passarem a ser extraídos de percepções, análises, diagnósticos e julgamentos da realidade empírica presente, sejam quais forem os pontos de vista que os presidem”. Estes dois fenômenos afastaram cada vez mais a conceitualidade política de repertórios semânticos estáticos e a-históricos característicos do Antigo Regime e da medievalidade. Acreditamos que nos anos de 1830 foram erguidas as bases da tradição imperial que sustentou o Império brasileiro até sua queda em 1889: enquanto o povo estivesse seguindo o lento e gradual processo de civilização, cabia à Coroa ocupar-se dos negócios políticos. Minha hipótese é a de que até a década de 1830, esta historicização não levou a uma visão futurista ou teleológica e a uma idéia clara de um futuro “povo brasileiro”. O povo permanecia numa eterna e latente trajetória histórica, pois parecia ainda impossível vislumbrar a constituição de um novo povo apto à vida política moderna. Uma história do conceito que permanece, portanto, ainda, sem final e sem amanhã. Foi apenas mais tarde, nas últimas décadas do século XIX, que este conceito de povo eternamente “sem amanhã” dos anos 1830 foi posto em xeque. Novos grupos políticos e de opinião criticaram a tradição política imperial, trazendo a idéia de um futuro povo brasileiro. Este, entretanto, não seria um futuro de caráter político, mas eminentemente sociológico: o Brasil seria um povo-nação mestiço, unido, não por laços políticos, de vontade e ação, mas por elementos naturais, “sociológicos” ou “empíricos” como meio, raça, natureza.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.