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A ARQUITETURA RELIGIOSA NO PERÍODO AUGUSTANO: UMA ANÁLISE DO DE ARCHITECTURA DE VITRÚVIO
Macsuelber de Cássio Barros da Cunha.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
  Dirección estable:  https://www.aacademica.org/000-010/51
Resumen
A religião é um aspecto de extrema importância nos estudos referentes à Antiguidade, pois através dela os indivíduos se posicionavam na sociedade e estabeleciam relações com deuses e com outros homens. Roma não escapa à regra e possuía na religião uma potência norteadora da vida e dos atos de seus cidadãos, sempre em busca da paz com os deuses (pax deorum). O templo, a moradia da divindade, materializava de forma significativa o imaginário da sociedade que o erigiu, possuindo estreita relação com a religião, as crenças e os mitos da mesma. Além disso, a construção de templos estava diretamente ligada a estratégias políticas e propagandísticas, isto é, à divulgação de uma imagem positiva e grandiosa da capital imperial, e à formação de um imaginário religioso que ligava os feitos humanos às anuências das potências divinas. Objetivamos neste trabalho analisar a relação entre arquitetura, religião e mitologia, analisada por meio do De Architectura de Vitrúvio, autor romano que escreveu sua obra no século I a.C., provavelmente tendo-a divulgado em 27 a.C., período no qual Roma passava por inúmeras intervenções urbanas fruto do aumento de entrada de receitas vindas da constituição do Império territorial. Trata-se do Governo de Otávio Augusto, que se orgulhava de ter encontrado uma cidade, Roma, de pedra e de tê-la transformado numa cidade de mármore, tal o número de construções e reconstruções realizadas por este Príncipe. Nossa análise leva em conta a relações estabelecidas no período de Otávio Augusto: entre o enaltecimento e uso das regras arquitetônicas gregas e de inovações e características arquitetônicas próprias dos romanos; e as relações entre passado, presente e futuro, visto que Augusto relaciona seu governo com um passado glorioso, através da valorização do mos maiorum e de uma restauração moral e arquitetônica de Roma e do império, além de recriar o passado com a vinculação de sua história a uma bagagem mitológica e conectá-la com o presente e o futuro do império. Passa-se a visão de que com Augusto o futuro será um tempo de harmonia e progresso, de paz e prosperidade, enfim de grandiosidade e de glória, aspecto também presente do De Architectura.
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