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A Realeza de Temístio
Bruna Campos Gonçalves.
XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Departamento de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
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Resumen
Nossa pesquisa e o trabalho aqui apresentado inserem-se em meio à efervescência da Antiguidade Tardia, num tempo em que a tradição clássica se coadunava com novos pensamentos e novas práticas sociais, onde os governantes do Império eram escolhidos através do órgão militar sem interferência do senado. A presente comunicação visa apresentar os elementos que compõem o pensamento do filósofo Temístio a respeito da Realeza nesse período. Tal filósofo nasceu no ano de 317 d.C., na Pafaglonia, onde iniciou seus estudos junto de seu pai, que logo o mandou a Neocesareia para estudar retórica e filosofia com Basílio, o Velho, depois foi lecionar em Constantinopla, cidade a qual adotou e defendeu em seus panegírico aos Imperadores. Para adentrarmos na esfera dos pensamentos de Temístio, abordaremos os discursos políticos do autor tardo-antigo, nos quais se reportou diretamente ao Imperador em exercício, elogiando os feitos do então governante e ao mesmo tempo deixando transparecer suas opiniões e argumentos sobre os assuntos relacionados à administração Imperial, ou seja, procurou apontar, no seu ponto de vista, o melhor caminho a ser seguido pelo Imperador. Dentre os Imperadores que presenciou no governo e os quais reverenciou com um panegírico estão: Constâncio II (337-361 d.C.), que o convidou a adentrar no senado de Constantinopla, Juliano (361-363 d.C.), não se preservou nenhum discurso encaminhado a esse governante, Joviano (363 d.C.), o qual só escreveu um só discurso, Valentiniano I (363-375 d.C.), sobre esse governante há somente um panegírico e esse foi escrito tanto para ele quanto para seu irmão, Valente (364-378 d.C.), Graciano (367-383 d.C.) e Teodósio (378-395 d.C.). A partir da leitura e da análise desses discursos, que totalizam 18, pudemos aferir quais são as características que moldam o ideal de Realeza de Temístio, em meio a elas encontramos o valor das virtudes e em especial da Philantropia, a importância da Tolerância Religiosa e o papel do bárbaro. Assim, intentamos mostrar como um filósofo da corte do Império Romano, que viveu em um momento de grande prestígio do Exército, pensou e escreveu sobre os elementos que compunham o bom governante.
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